Cinco anos atrás, eu estava sentado em um apartamento estranho, em uma cidade estranha, sem trabalho e com os últimos copeques na minha conta. Eu havia deixado uma grande empresa dois meses antes. Achei que era bom demais para o que fiz nele. Eu queria fazer algo útil, sublime e mudar o mundo para melhor - e não definhar e engordar em uma cantina corporativa.
Na despedida, me disseram que eu era um completo idiota, porque em nenhum outro lugar encontro o mesmo dinheiro na minha profissão, que mesmo nos melhores lugares ganharei três vezes menos, e serei lançado cinco vezes mais. Eu pensei - mesmo que eu seja muito jovem para relaxar, antes dos trinta não vai doer tomar um gole de uma merda preventiva.
Mas um par de meses com a bunda nua foi o suficiente para quebrar.
No momento mais sombrio daquela época, me ofereceram um emprego, um bom dinheiro e uma tarefa de teste. Há um jogo para celular, atraente match-3, todo o design do jogo é construído em truques que tiram dinheiro do jogador e, entre as sessões de dobrar em fileiras de doces e pedrinhas, peixes vomitando de alegria aparecem na tela - e elogiam o jogador porque ele, sua mãe, é inteligente que lidou com este nível incrivelmente difícil.
Pediram-me para escrever réplicas para esses peixes. Concentrado sem sentido, positivo, não mais do que 110 caracteres.
Eu realmente não queria, mas eu realmente precisava de dinheiro, então comecei a negociar comigo. Qualquer argumento contra isso soava como as peculiaridades de um esnobe arrogante. Parece que é bom refletir, sentar e escrever - mas eu não li os livros didáticos de Robert McKee, as peças de Martin McDonagh e os roteiros de Stephen Knight para isso, eu não explodi minha cabeça com Dave Wallace e Cormac McCarthy, eu não aprendi a escrever para isso - para inventar falas em 110 personagens para peixes estúpidos.
, , . , , , ( ) , .
, , , — .
, — . , , .
— ?
, — , , — , . , , , , - . , . , , , , — , .
, — 110 . — , , . ?
,
— 1: , , ?
— 2: ( ) «»?
, .
«»
, . — , — .
:
, , , , , , , , , , —
.
.
:
, 99 , 700 .
, , , , , , .
, , , — , . — , , , .
, , 10 , 20 , , .
:
, . , , , - .
:
, . — , — . , , , , — .
, , , () () , .
:
, , .
, . , , , .
. , , .
, , . , , , . « , » , - .
« » , - , — .
:
— . — .
:
, — , , . , , — .
:
Que neste mundo a mente irá gerar embotamento e servi-lo, porque a mente como tal não fará mais sentido que todas as aspirações se tornem lixo, a busca pelo significado levará ao hedonismo ou ao autoengano mágico, e qualquer essência, após um exame mais detalhado, acabou sendo um vazio recursivo.
E imagine:
Em um ponto, as pessoas entenderão que algo deu errado, mas será tarde demais.
É bom que vivamos em um mundo diferente, certo?
Assista ao meu podcast - We Are Doomed