
Cientistas japoneses da Universidade de Tóquio criaram um novo composto químico que pode aumentar significativamente a capacidade dos portadores magnéticos - por exemplo, fitas magnéticas. Segundo os pesquisadores, o novo material permite a criação de mídia em fita capaz de armazenar dezenas ou até centenas de terabytes.
O líder do projeto, Professor Shin-ichi Ohkoshi, disse que o material é um tipo de óxido de ferro, que os cientistas chamam de "óxido de épsilon". Além do ferro, a fórmula completa inclui gálio, titânio e cobalto.
Novas unidades baseadas neste material podem aumentar a densidade da gravação de informações e melhorar a confiabilidade do armazenamento de dados em comparação com unidades de fita, discos rígidos ou SSDs tradicionais. Além disso, o consumo de energia para gravar e ler dados é menor do que em outras mídias e os próprios sistemas custam menos.
Os japoneses afirmam que os dados gravados nessas fitas podem ser armazenados por muito mais tempo do que nos drives convencionais, já que o material de revestimento tem forte anisotropia magnética.
Ondas milimétricas focalizadas (gravação magnética assistida por ondas milimétricas focalizadas, F-MIMR) são usadas para registro de dados na faixa de frequência de 30 a 300 GHz. A radiação é focada na fita, sujeita à presença de um campo magnético externo, a gravação ocorre graças auma mudança na polarização das partículas materiais. A tecnologia contorna o problema de gravação magnética, que impedia a criação de drives grandes e estáveis no passado.
O fato é que quanto maior a densidade da gravação magnética, mais finas devem ser as partículas magnéticas. Mas, neste caso, aumenta a instabilidade das partículas e aumenta o risco de perder dados importantes.

Ainda não está claro em que estágio está o desenvolvimento dos cientistas - se já pode ser implementado na prática, ou se ainda é um projeto puramente laboratorial, com equipamentos específicos e caros. Mas, a julgar pela falta de informações detalhadas sobre a densidade real do registro de informações, a tecnologia está no estágio de prova de conceito.
No entanto, os cientistas relatam que a introdução comercial da tecnologia começará em breve. O líder do projeto disse que operadoras e dispositivos baseados na nova tecnologia aparecerão nos próximos 5-10 anos.
A relevância do projeto é muito alta, visto que a quantidade de dados gerados pela humanidade não para de crescer. Conseqüentemente, tanto a densidade de registro de informações quanto a confiabilidade de seu armazenamento estão crescendo. O surgimento de novas mídias será um avanço - é claro, desde que a tecnologia possa ser usada comercialmente.
Os japoneses também disseram que o novo material pode ser usado não só para criar dispositivos de armazenamento de dados, mas também em tecnologias de comunicação de última geração.
Quanto aos suportes de informação baseados em fitas magnéticas, eles ainda são ativamente usados para armazenamento de arquivos (especialmente em projetos de pesquisa). Por exemplo, a IBM produz fitas do padrão IBM LTO Ultrium 8. Os cartuchos com essas fitas variam de 12 TB de dados não compactados a 30 TB de dados compactados.
